RELATOS DE UM DIRIGENTE | TIAGO BOIAGO
RESUMO: O texto pretende
uma análise sucinta da visão do Governo Darci Lermen, em relação à
Administração Pública, de maneira geral em Parauapebas, em cima de um
pronunciamento que não está sendo feito por nenhum ilustre dirigente do
governo, ao deixar suas funções numa determinada secretaria.
Analisar a política em
Parauapebas, principalmente no seu aspecto administrativo, está mais adstrita à
sociologia do que ao cientista político; é sistêmica, endêmica e crônica a
deficiência administrativa, o descompromisso, a corrupção dos nossos gestores;
tudo isso alicerçado na consciência coletiva da impunidade, na certeza de que a
improbidade administrativa só é cobrada, nas raríssimas vezes, àqueles que não
fazem parte da coligação dos que estão momentaneamente no poder.
Na oportunidade, vou
pontuar alguns tópicos tais como: Constitucionalização do Direito, Crise de
Legitimidade, Direito Administrativo Cidadão e como deve ser aplicado, Papel
dos Tribunais de Conta e do Ministério Público na Fiscalização do Executivo,
Democracia Substantiva, Profissionalização do Gestor Público, Perda de Memória.
Achei a explanação
magistral e deu-me a impressão que a parte teórica está pronta, falta a
aplicabilidade. Lembro-me, quando ainda criança, meu pai dizer que os avós dele
citavam um ditado popular, que no Brasil” quem rouba um tostão é ladrão e quem
rouba milhão é barão”. E aí eu te pergunto, de lá para cá o quanto se fez para
modificar este quadro? Talvez muito pouco pois o quadro cresceu
exponencialmente!
Sei que criticar é fácil
e difícil é colocar as coisas nos trilhos. Mas alguém tem que colocar o gizo no
gato, essa bolha tem que ser papocada...
Não será através do
controle do erário público por Tribunais de Contas cujos conselheiros são na
sua grande maioria indicação política; não seria mais correto uma qualificação
técnica, selecionada por concurso de provas e títulos do que simplesmente ser
um político em fim de carreira ou “amigo do rei’, qual a legitimidade? Perda de
Memória na administração pública? Acabando com a infinidade de CCs, simples
assim! ...
É basilar no direito
administrativo o Princípio da Eficiência; não nos choca mais a declaração de
uma ex-dirigente do alto escalão do Governo Municipal, a qual afirmou, em
entrevista recente, que saía frustrado por não ter tido mais celeridade nas
entregas de alguns projetos essenciais do Governo Darci. A culpa, segundo ele,
seria, principalmente, da “acomodação e inércia da máquina pública”, que não
está acostumada com uma cultura de resultado, de comprometimento de entregas.
Diante dessas
argumentações, torna-se relevante destacar que os problemas enfrentados pela
Administração Pública de Parauapebas, que a tornaram acomodada e inerte, são
muito mais complexos do que os apontados pelo ilustre ex-dirigente. Eles são
resultados de um descaso dos governantes e políticos brasileiros, ao longo da
história, com raros espasmos, que nunca se preocuparam em montar uma
Administração Pública bem estruturada, treinada, motivada, com infraestrutura e
tecnologia de ponta, para apoiar o desenvolvimento do Município. É oportuno
lembrar que nenhuma Cidade no mundo alcançou um nível de desenvolvimento
elevado, sem contar com uma Administração Pública Municipal competente e
respeitada, capaz de responder aos anseios e demandas da sociedade.
As dificuldades no
funcionamento adequado da Administração, que não permitiram que a ilustre
ex-distante, nos ranços colonialistas, na formação autoritária do Município, no
qual prevalece uma falta de educação, de consciência política e de cidadania da
população. Esse contexto torna as instituições, Ministérios, órgãos e empresas
públicas presas fáceis para a captura, desmandos e negociatas de partidos e
políticos populistas, para arrecadação de recursos para financiamento de
campanhas políticas, ou para atender a interesses escusos de grupos e
individuais. Essas deformações e desvios na Administração têm um campo fértil
no modelo Municipal adotado pela Cidade, que criou competências distintas entre
União, Estados e Municípios, notadamente no campo fiscal. Coluna – Tiago Boiago
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